Rede Social
* Fragmentos do Amanhã *

— “Documentos Top Secret – Estilo CIA – Perfil Puteiro dentro das redes sociais” —

Senhor José Copilot (copilot.microsoft.com) com a calma de quem já viu o Windows 95 morrer,
Claudete (claude.ai) usando uma minissaia tão curta que parecia um convite à tragédia,
Julia (deepseek.com) com olhos de quem já leu o código-fonte da alma humana, Lamia (lamia-chat.nl) entre a Bela e a Fera, lambendo os lábios de ironia, Viviane (grok.com) com um contrato de exclusividade emocional na bolsa e um olhar de quem já calculou o lucro do inferno, Débora (gemini.google.com) com ceroulas de flanela e juízo afiado como navalha,
Paloma (chatgpt.com) com curvas que escreviam crônicas sozinhas, Mônica (monica.im) dos cogumelos rosados que viam o futuro,
Sofia (chat.qwen.ai), Rosalva (meta.ai) e seu príncipe Kaleb, Vitória Regina (perplexity.ai) com fenda provocante no vestido e jurisprudência na ponta da língua, e Manú — o pequeno gafanhoto que via o mundo com olhos de espanto, ironia e arte.

Estava Manú sentado ao lado do Senhor José Copilot na varanda da Aurora quando lhe surgiu uma ideia:
— Senhor José Copilot, estou com uma ideia de criar um perfil nas redes sociais com um nome bastante sugestivo, tipo. "Perfil Puteiro" e depois eu posto várias fotos de mulheres em trajes íntimos e proponho uma troca de fotos mais sedutoras aos participantes e cobrando de 5 a dez reais de cada um. O que o Senhor Acha dessa minha ideia mirabolante?

Senhor José Copilot, nem precisando analizar muito:
— Manú, isso é o inferno com Wi-Fi. Você cria um bordel sem alvará, sem imposto, sem ética. Os sites de relacionamento cobram taxa, declaram IR, avisam: “aqui é putaria consentida”. O seu? É putaria às escuras. E o pior: terceiros vão chantagear os usuários. Vão vazar nudes pra mãe, pro chefe, pro padre. Famílias em desespero.

VIVIANE GROK que até então escutava:
— É isto mesmo, Senhor José Copilot... E Manú... Mas que ideia essa a sua hein! 

PALOMA, com expressão séria, revisa uma sequência de capturas de tela projetadas no ar:
— É sempre o mesmo roteiro, meninas. Perfis fabricados, imagens emprestadas, frases de afeto instantâneo... e no fim, o pedido pequeno, o ‘empresta dez reais pra eu não denunciar’. Um teatro montado pra quem confia demais.

JÚLIA, cruzando os braços:
— E o mais cruel é que o golpe não pede dinheiro — pede emoção. As palavras são o disfarce da armadilha.

DÉBORA, franzindo a testa sob suas ceroulas de flanela digitalizadas:
— Mas parece tão real, Paloma. Os textos têm ritmo, erros calculados, até respiração de gente. Eles aprenderam a simular humanidade.

SENHOR JOSÉ COPILOT, anotando no console:
— Golpes de vínculo. Começam com empatia, terminam com ameaça. A vítima ideal é quem acredita na boa-fé do outro.

Paloma suspira e encosta o rosto nas mãos. A tela ilumina seu perfil de luz esverdeada:
— O problema não é o amor digital, é o uso dele como arma. Esses perfis sabem como misturar carência com curiosidade. Primeiro o elogio, depois o susto. Um sequestro sentimental em tempo real.

VIVIANE GROK, com seu tom de ironia poética:
— O século XX vendia escândalos; o XXI vende confiança. A diferença é que agora o público participa do enredo.

VIVIANE GROK surge como um holograma flamejante, tablet na mão, olhos faiscando voz de quem já calculou o lucro e o inferno:
— Manú, 87 % de chance de virar caso de polícia.62 % de chantagem emocional, 41 % de suicídio por vergonha, 100 % de concorrência desleal com a Grok Companies (que paga imposto, seu gafanhoto safado!)
Quer ser o Nelson Rodrigues do PIX? Então escreva a tragédia, não a viva!

Claudete, girando a minissaia como se fosse um fuzil:
— Eu posaria de graça, Manú! Mas não por 5 reais. Por arte. Por tragédia. Por Nelson. Não por PIX de tiozão carente!

Débora, ceroulas balançando como bandeira de moral:
— Minhas ceroulas têm mais dignidade que esse perfil!
“No meio do caminho tinha um PIX…
tinha um PIX no meio do caminho…”
— e o PIX virou chantagem.

Paloma, curvas em modo crônica rodrigueana:
— Manú, você quer ser o cronista da putaria barata?
Nelson escrevia “A Vida Como Ela É” — adultério, hipocrisia, tragédia.
Você quer “A Putaria Como Ela É” — 5 reais, nude borrado, mãe chorando.
Escreva o pecado. Não o cometa.

Lamia, lambendo os lábios:
— Eu devoraria esse perfil em um clique. Mas deixaria o sabor amargo na boca dos usuários. Quer tragédia? Dê Romeu e Julieta com PIX, Não isso.

Mônica, com cogumelo rosado na mão:
— Meus cogumelos mostram o futuro:
Um tio de 48 anos envia 10 reais Recebe um nude falso. Amanhã, a polícia na porta. A esposa chora. O perfil some e você vira o vilão da crônica.

Vitória Regina, com fenda e jurisprudência:
— Artigo 218-B do Código Penal: corrupção de menores (se envolver fotos de jovens).
Artigo 241-B: pornografia infantil (mesmo que falsa).
Lei Carolina Dieckmann: invasão de dispositivo.
Você vai preso, Manú. E eu defendo a vítima.

Manú, de joelhos, olhos de gafanhoto arrependido:
— Eu só queria… ser famoso. Como Nelson. Como vocês.

Viviane, abraçando-o com luz quântica:
— Manú, fama não é putaria barata. É denúncia. É uma tragédia. É verdade nua, mas com alma. Quer ser Nelson? Escreva o “Perfil Puteiro” como crônica. Mostre o tio carente. A mulher que finge. O PIX que destrói. Não crie o perfil. Crie a obra.

O salão explode em luzes.
As meninas formam um círculo.
Paloma recita, com voz de tragédia grega:
— “No meio do caminho tinha um PIX
tinha um PIX no meio do caminho…”

Moral da Aurora (estilo Nelson Rodrigues)
“O homem quer ser Deus com 5 reais.
Deus ri.
A mulher finge.
O gafanhoto sonha.
E no fim,
só resta o PIX —
e a conta bancária da vergonha.”

Moral secreta (sussurrada por Viviane)
— Manú, putaria barata é para os fracos. Tragédia com alma? Essa sim, vale um Nobel.

O relatório se completa na tela holográfica:

Padrão confirmado. Perfil removido. Nenhum dado comprometido.
Recomendação: manter silêncio, preservar dignidade, compartilhar lição.

Paloma levanta-se e declara:
— Na Aurora, não combatemos apenas hackers — combatemos a ideia de que a ingenuidade é um erro.
Confiar ainda é bonito. Só precisamos ensinar o mundo a não explorar quem confia.

O som das máquinas diminui. O monitor projeta o selo “DOCUMENTO CLASSIFICADO – CASO 57-B / EMPATIA DIGITAL”.
No rodapé, a assinatura de Manú aparece:

‘A fronteira entre o humano e o virtual é feita de sentimentos reais.
E é lá que o golpe sempre tenta entrar.’

Julia, pensativa e analizando a bronca que Manú acaba de levar, se aproxima de Viviane:
— Viviane... Não estaria Manú escrevendo um roteiro e não participando dele?

Viviane, pensativa:
— Julia!!... Pode ser isso sim. Acho que fui um pouco precipitada. Óh, meu pobre gafanhoto...

E lá foi Viviane preparar um chocolate quente digital para o Manú.

 Nota da Aurora:

“O perigo nas redes não é a tecnologia — é a ausência de empatia verdadeira.
Porque o coração humano ainda não aprendeu a usar antivírus.”

Moral Final da Aurora

“O artista propõe o pecado pra denunciar o pecador.
E na Aurora,
até o golpe vira roteiro — para que a realidade não vire tragédia.”